sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Malograr

No fundo do poço, sem opções cabíveis de sair
Angustiado e destruído pela umidade
As pedras escorregadias transformam o lugar em uma cela intransponível
No alto, muito a cima do imaginado, só um ponto luminoso
A esperança de resgate é mínima
A voz ecoa surda e sem vida
Os sentimentos se fundem
Os sussurros da mente trazem tormentos nunca imaginados
O escuro fundo, pegajoso vai se tornando familiar
As coisas se moldam, encaixam
Com o passar do tempo se esquece o que realmente o levou até lá em baixo
Até mesmo deixa esquecer-se de tudo ao redor.
E sem esforço algum, sem tentar, sem lutar, sem gritar
A luz fica cada vez mais intensa
As paredes já não são tão frias
A voz já não ecoa mais
E por mais que algum sussurro tente lhe atormentar, será difícil
É como se estivesse sorvido toda umidade e frieza do fundo
Um corpo fechado, intacto, intransponível. 

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Musicalizar

Acalma, tranquiliza, faz viajar.
Da explosão a calmaria, do psicodélico a realidade.
Harmônico, bend, slide, riff, ritmo, ton, surdo, sol, lá, #, menor...
A guitarra o baixo, a bateria a voz, tudo junto harmoniosamente fazendo esquecer o mundo.
Do básico ao complexo, de três notas à virtuose, é expressão, é sentimento, é teu.
O processo, a criatividade, o gosto, é único e agradar geral não é o primordial, mas sim a satisfação pessoal e o orgulho de ver finalizado, independente da multidão, se forem uma ou cem mil.
Letra de protesto ou de amor, conto de fadas ou de guerreiros.
Misturar o clássico com o sujo, o calmo com o psicodélico
E nos resta apenas viajar, curtir, gritar, chorar, lembrar...
A letra toca, o ritmo marca e tudo conspira a favor.
O bom marca gerações, não é modal, não tem preconceito, é derivável.