domingo, 18 de setembro de 2011

A Caminho

Noite de trevas deitado no seu quarto.
Feliz por estar só e poder pensar em tudo que se passou.
O ambiente era fúnebre, faltava-lhe apenas as velas e o caixão.
O som de uma guitarra, como que chorando um acorde vem ao longe, e se aproxima.
O passado lhe atormenta mais que tudo, todos os amigos deixados de lado, todos os seus amores, sua família.
Se vê caminhando entre túmulos abertos, como se procurasse alguém que deixou há muito tempo atrás.
O medo é sua companheira nessa caminhada, a cada túmulo uma mão se estende pedindo por ajuda, socorro ou apenas companhia.
Seu coração acelera e suas pernas começam a correr.
A velocidade aumenta conforme seu coração acelera.
Com a visão totalmente embaçada tropeça em algo e cai em uma cova rasa.
Tenta se levantar, mas algo o prende ao fundo.
Olhando pra cima, vê uma menina de capuz vermelho.
A única cor em todo aquele lugar cinza.
Ela estende a mão como ato de ajuda, mas o buraco fica cada vez mais fundo, puxando-o pra baixo, não querendo deixá-lo sair.
Em um espasmo de incomum força, se livra do fundo e agarra a mão da menina.
Ao sair do buraco percebe que uma luz intensa brilha ao fim de um caminho que lhe parece longo.
Corre, segurando pela mão a menina de capuz vermelho.
Não sabe por que esta com ela, mas corre como quem corre da morte.
O fim esta próximo e a luz é ainda mais intensa.
Sem olhar pra trás deixa aquele lugar imundo.
A menina some, e ele continua deitado na cama.
Um corpo ali no quarto, na mesma escuridão.
Corpo sem vida, pálido.
Triste, sozinho e deixado de lado.
Se foi... e nunca mais voltará.

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