domingo, 11 de setembro de 2011

Medo de Não Tê-la

O trem saiu não faz muito tempo da estação e ele não conseguiu pega-lo a tempo.
Sentou-se no banco e condenou-se.
Era um misto de raiva, por se atrasar,e tristeza, por saber que sua garota o esperava.
Pensou consigo mesmo que ela não o perdoaria.
Pensou em ir correndo, de bicicleta, mas sabia que não adiantaria.
As piores coisas vieram à sua cabeça.
E o medo de perdê-la foi o que mais lhe atormentou.
Foi pra casa, cabeça baixa e pensamento longe.
Chegou, bebeu whisky, colocou na vitrola seu melhor disco...
Deitou... Sentiu o frio entrar pela janela aberta, o vento era intenso, levantou-se para fechá-la.
Sentiu-se embriagado, cambaleou para trás, voltou e escorou-se na janela.
Havia escurecido e a noite estava estrelada e incomum.
Escutou batidas na porta, a janela ainda aberta trazia o perfume de sua amada.
Imaginou que poderia ser ela na porta.
Correu e abriu a porta.
O vento era a visita. Rajadas de vento socando a porta.
Sua tristeza o mergulhou em uma densa nuvem negra.
Caiu de joelhos e chorou intensamente.
A embriaguês ainda o dominava e o perfume trazido pelo vento o afundava ainda mais naquela espessa nuvem negra.
Seu velho mosquetão no baú foi o que lhe veio em mente.
Aquela velha arma usada há muitos anos atrás pelo seu avô.
Mas uma voz lhe tira tal pensamento.
Uma linda e doce voz lhe perguntando o que estava acontecendo.
Assustado, percebe que sua linda garota estava ao seu lado, com o mesmo perfume que o envolvera.
Percebeu então que não passava de um sonho.
Sua linda garota estava deitada ao seu lado.
Abraçou-a e beijou-a intensamente sentindo seu perfume.
Declarando-se pediu pra ela nunca o deixar, dizendo que nunca a deixaria também.

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